O município de Araçatuba foi selecionado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para desenvolver um projeto voltado ao fortalecimento e qualificação do serviço de atenção em saúde mental prestado pelo Centro de Atenção Psicossocial (Caps-3) Adulto, administrado pela Zatti Saúde, em parceria com a Prefeitura.
A iniciativa integra o chamamento público para Supervisão Institucional da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), lançado para todo o País por meio de parceria entre o Núcleo de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas da Fiocruz Brasília e o Departamento de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde.
PROJETO TERAPÊUTICO
A proposta contempla a construção compartilhada de Projetos Terapêuticos Singulares, com foco na inclusão social e na garantia de direitos dos pacientes, bem como na ampliação da capacidade técnica e relacional dos profissionais diante de situações de alta complexidade.
O projeto de Araçatuba, que ficou em 9º lugar dentre as 57 cidades classificadas e as 23 suplentes do Estado de São Paulo, foi inscrito pela chefe de Divisão de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde, Alessandra Maria Pedroso, e pela coordenadora do Caps-3 Adulto, Susan Carla Pereira Rodrigues.
REFERÊNCIA
O Caps-3 é referência no cuidado a adultos com transtornos mentais severos e persistentes, exercendo função estratégica na articulação entre os serviços da Raps. Com a seleção, uma supervisora técnica da Fiocruz dará suporte ao projeto, que será executado a partir de dezembro deste ano.
Conforme Alessandra, a supervisão institucional tem papel estratégico dentro da Raps. “O principal objetivo é fortalecer o processo de trabalho da equipe, garantindo cuidado comunitário pautado nos direitos humanos e alinhado aos princípios da Reforma Psiquiátrica e da Política Nacional de Saúde Mental”, disse.
REINCLUSÃO SOCIAL
Dentre os propósitos do projeto está o enfrentamento dos desafios da desinstitucionalização e da reinclusão social dos pacientes em sofrimento mental intenso e/ou em uso problemático de drogas em conflito com a lei, além do fortalecimento da articulação entre o Caps e a Atenção Primária à Saúde.
“Esperamos o desenvolvimento do cuidado compartilhado e intersetorial de pessoas em processo de desinstitucionalização. Queremos, ainda, ampliar a autonomia do Caps no matriciamento junto aos serviços da Atenção Básica, promovendo a corresponsabilidade pelos cuidados em saúde mental”, adiantou Alessandra.
GRUPO
A coordenadora do Caps-3 Adulto explicou que a continuidade e sustentabilidade do projeto estarão vinculadas à criação de um grupo operativo permanente (equipe conectora), que será formado pela equipe do Caps em conjunto com outros profissionais da rede intersetorial.
“Este grupo assegurará a manutenção do processo de desinstitucionalização e promoverá a inclusão social das pessoas atualmente internas no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTPs), que estarão no centro das ações de cuidado”, completou Susan.