O Oimista - publicado em 11/02/2023
A chegada da alta temporada fez o turismo superar em 2% o nível de atividade registrado em fevereiro de 2020, antes da pandemia. Para 2023, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) projeta crescimento de 2,5% no setor.
Em 2022, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (10), o volume de receitas das atividades turísticas avançou 29,9% em relação a 2021. As informações são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“O crescimento inédito de serviços, que compreende o segmento de turismo, consolida um cenário de recuperação depois da pandemia e aponta o potencial do setor para gerar o crescimento de que o País tanto precisa”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Ele ainda afirma que o prognóstico é de manutenção do avanço do faturamento ao longo do ano.
Recuperação em andamento
Em dezembro, a alta de 4,1% na receita do turismo foi a maior já registrada para o mês desde o início da apuração da PMS, há 11 anos. Entre março e agosto de 2020, o turismo teve que eliminar 470 mil vagas formais, mas nos meses seguintes foram criadas cerca de 465 mil vagas de emprego.
Desde o início da crise sanitária, o segmento teve perdas de faturamento que chegavam a R$ 531,8 bilhões. Com o avanço gradativo das receitas, a expectativa é que, a partir de 2023, se inicie um processo de recuperação dos prejuízos. Os Estados de São Paulo (R$ 248,6 bilhões) e do Rio de Janeiro (R$ 75 bilhões) concentram mais da metade (61%) das perdas acumuladas no cenário nacional.
Altas expressivas no setor de serviços também surpreendem
Em comparação com 2022, o volume de receitas do setor de serviços cresceu 8,3% em 2022, de acordo com a PMS. Após queda de 7,8% em 2020, o principal indicador do nível de atividade do setor terciário surpreendeu ao longo de 2022 e avançou pelo segundo ano consecutivo.
Os serviços subiram 24%; já os transportes, cresceram 13,3%. Estes foram os segmentos com as altas mais expressivas de 2022, resultado direto da redução do isolamento social ao longo do segundo ano da pandemia. Apesar de ter sido o último a reagir às consequências econômicas adversas da crise sanitária, o setor trabalha com crescimento de 14% nas atividades: mais que o observado em fevereiro de 2020.
Menos afetados pelos juros que outras atividades, os serviços e o turismo tendem a resistir à ameaça de um cenário recessivo de 2023. Por isso, a CNC projet, para 2023, um avanço de 3,4%. “Considerando as previsões de baixo crescimento econômico em 2022, a expectativa é que as atividades terciárias apresentem avanços mais modestos que os do ano passado”, afirma Fabio Bentes.