Araçatuba enfrenta um aumento preocupante de chikungunya, doença viral que também é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo transmissor da dengue e zika vírus. Em uma semana, a quantidade de casos confirmados subiu 161,54%, passando de 39 para 102.
O número é considerado elevado em comparação a anos anteriores. Em 2024, foi notificado apenas um caso importado da doença. Já em 2023 houve apenas um registro na cidade. Apesar de não haver mortes, a chikungunya causa dores intensas nas articulações, que podem se tornar crônicas.
“O cenário é muito grave e reforça a necessidade de a população seguir atenta na prevenção e eliminação de criadouros do mosquito. Estamos também fazendo a nossa parte com ações diárias casa a casa”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Daniel Martins Ferreira Júnior.
BAIRROS
Até o momento, foram confirmados casos de chikungunya em 34 bairros, infectando pacientes com idades entre 9 e 83 anos, segundo boletim divulgado nesta sexta-feira (1º) pela Secretaria Municipal de Saúde de Araçatuba. Ainda há 52 prováveis casos em investigação.
A região do Umuarama se destaca com o maior número de casos: 38 no total. São 11 casos positivos no Umuarama; 9 no Água Branca 2; 8 no Água Branca 3; 3 no Hilda Mandarino; 2 no Vista Verde e 2 no Água Branca 1. Os bairros Concórdia 1 e 3 e Jardim Pinheiros têm 1 caso cada.
O secretário de Saúde disse que a situação é preocupante pelo fato de a região ser considerada uma “região dormitório”. “Muitos moradores passam o dia fora, trabalhando, o que dificulta as vistorias domiciliares, resultando em alto índice de pendências e comprometendo as ações de controle”, afirmou.
Outros bairros com crescimento relevante de casos incluem o Paraíso, com 13 notificações da doença; Novo Paraíso, com 11; Planalto e Vila Mendonça, com 5 cada; Jardim Paulista, com 4; Residencial Beatriz, com 3; e Centro, Vila Nova, São Joaquim e São Vicente, com 2 casos positivos cada.
AÇÕES DE CONTROLE
A secretaria segue com as ações diárias de combate ao mosquito, por meio dos agentes comunitários de saúde e de combate às endemias, que realizam visitas casa a casa, visando a eliminação de criadouros e larvas, aplicação de larvicidas e nebulização costal, além de orientações aos moradores.
“Vamos intensificar as ações na região do Umuarama, com mutirão de limpeza para remoção de inservíveis. Pretendemos realizar o trabalho em horários alternativos para encontrar o morador em casa”, adiantou o gerente de campo da Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ), Guilherme Santos.
Ele reforça que a colaboração de todos é fundamental para combater o mosquito e a disseminação da chikungunya e da dengue. “É importante eliminar recipientes que acumulam água e receber os agentes nas visitas. São cuidados simples que protegem contra as duas doenças”, orientou.
SINTOMAS
Tanto a dengue quanto a chikungunya provocam febre, mal-estar, dores pelo corpo, dor atrás dos olhos, náuseas e cansaço. Em caso de sintomas, a recomendação é buscar atendimento médico em uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento adequado.