Pesquisa popular on-line promovida pela Prefeitura de de Araçatuba, com o objetivo de analisar o nível de acesso da população a uma vida alimentar adequada, suficiente e saudável, teve os resultados apresentados nesta quinta-feira (10), em reunião no Paço Municipal, pelos secretários executivos da CAISAN (Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar), Joel Lourenço e Dayane Mayumi Hirata.
Foram 1.273 formulários ativos respondidos, com questões relacionadas à moradia, renda familiar, frequência do consumo de diversos gêneros alimentícios, acesso à água encanada, energia elétrica, entre outros, tendo como canais os 6 CRAS (Centros de Referência de Assistência Social) da cidade, Fundo Social de Solidariedade, Unidades Básicas de Saúde (UBS) e agentes comunitários, além de redes sociais e formulários on-line. 97 bairros tiveram ao menos 1 municípe ativo no formulário.
Lançado em agosto de 2022, o levantamento foi organizado pela CAISAN, composta por membros de secretarias do município, vinculada à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Agroindustrial (SMDA). “Os números servirão para elaboração do Plamsan – Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, com prazo de um ano”, explicou o secretário municipal de Governo e da SMDA, Arnaldo Vieira Filho (Dindo). O PlamSan terá vigência de 4 anos.
Das pessoas que consomem proteínas todos os dias, peixe é o alimento com menor índice de consumo; das 122 pessoas que não consomem carne bovina, 90,98% possuem rendas familiares de 0 a 2 salários mínimos e 27,87% possuem suas rendas oriundas de programas sociais ou outras rendas; das 174 pessoas que consomem ovos todos os dias, 75,29% possuem rendas familiares de 0 a 2 salários mínimos e 12,1% possuem rendas oriundas de programas sociais ou outras rendas; das 462 pessoas que recebem até 1 salário mínimo, 25,5% são aposentados e 14,9% possuem rendas oriundas de programas sociais; Os maiores números de famílias que consomem todos os gêneros abordados na pesquisa variam suas frequências de duas a três vezes por semana.
Elisa Helena Giglio Ponsano, professora PhD na faculdade de Medicina Veterinária da Unesp – Campus de Araçatuba, na área de Alimentos, e integrande do Comsea – Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, acha que a pesquisa apresentada trouxe informações valiosas. “Foi um diagnóstico da situação alimentar em Araçatuba e mostrou uma série de possibilidades de ações que devem ser implementadas. Foi muito bem elaborada e parabenizo a todos pela iniciativa e condução da pesquisa, desejo um bom trabalho e que eu também possa participar disso, na efetivação de ações para atingir a segurança alimentar”.
A vice-prefeita de Araçatuba, Edna Flor, considerou muito importante toda a discussão, “principalmente pelos dados trazidos e informativos gráficos, que demonstram a necessidade, a urgência de que esse plano de segurança alimentar ajude, em políticas públicas que dêem respostas a este grande desafio, que é a fome em nosso país, nossa região e nosso município. É preciso que o Poder Público, de maneira intersetorial, com parcerias, busque, efetivamente, respostas que atendam aos padrões de dignidade humana. E, obviamente, a alimentação é uma delas”.
PLANO DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL – PLAMSAN
É um processo dinâmico e participativo que alinha objetivos, prioridades, estratégias e ações visando assegurar o Direito Humano à Alimentação Adequada e Soberania Alimentar no município através das políticas públicas, sem comprometer o acesso a outras necessidades. O Plamsan tem como objetivo garantir o acesso de todas as pessoas do município, sobretudo as famílias que se encontram em insegurança alimentar, a alimentos adequados, saudáveis, em quantidade suficiente, incluindo acesso a água potável.
O Plano prioriza ações e metas no âmbito de vários equipamentos municipais, tais como, aos alunos das redes escolares, famílias acolhidas pelos CRAS, Centro Pop, Fundo Social de Solidariedade, UBS e entidades assistenciais e ainda fomentar a produção da agricultura familiar e implementar os equipamentos públicos incluindo o banco de alimentos, promovendo assim condições para criação de componentes municipais necessários a participação intersetorial municipal.